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CURTA ESTAS CURTAS I

Foto do escritor: Pedro StiehlPedro Stiehl

O que é mais importante em política: os partidos ou os políticos que os formam? Poucas coisas há que fazem a sociedade evoluir tanto quanto a política. A política é uma invenção humana extremamente útil. E se ela tem um lado B, se a política tem um lado sombrio, é este o lado que mais tem se salientado agora ultimamente. Se é verdade que tudo são interesses, é crível pensar que, em política, os interesses coletivos deveriam sobrepujar os pessoais. Mas não é o que está clarividente agora. Os interesses pessoais suplantaram os interesses do país, e cada partido (e cada político) tenta ganhar seu quinhão do espólio de um governo que se esfarela a olhos vistos. Não que o PT, por tudo que fez de ruim, não mereça ser espoliado. Mas é triste ver os abutres devorando a carniça, quando a Democracia é a carniça, quando a o tecido social vira carne podre a ser devorada.

Então temos que debater este pedaço: o que é mais importante? Partidos ou pessoas? Pessoas formam partidos. E os partidos têm escolhido muito mal as pessoas que os representam. Consideram a “popularidade” do ungido, sua melhor virtude. Vide o caso Jardel, por exemplo, preterindo um caminhão de outros talentos muito mais importantes. A Democracia tem se assentado praticamente só nos partidos. E por isso talvez devessem rever seus métodos ao escolherem as pessoas. Enfim, se a pessoa é o fundamento de tudo, quanto mais humana e mais qualificada, melhor!

É claro que nossa natural falibilidade também a tudo contamina, mas as instituições devem construir mecanismos para não permitir a ascensão dos mais falíveis de nós. Sem mecanismos de controle o melhor da sociedade, a boa vontade do cidadão, seu melhor espírito, sua força de trabalho fica à mercê dos que comandam com os piores instintos.

É muito provável que estes novos acontecimentos obriguem a que os partidos desenvolvam melhor seus mecanismos de depuração. Mas quando o próprio cidadão se deixa levar por políticos sem escrúpulos, então retornamos ao pensamento inicial: o importante são as pessoas.

A Democracia precisa se depurar e precisa de novas instâncias de decisão. Rever a força e as atribuições dos Conselhos e sindicatos, criar novas organizações que possam também decidir é um caminho. Assim como está, com tantos vendilhões em papel de comando, a sociedade continuará definhando nas mãos de vampiros.

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Duas frases:

Do filme Drácula: Às vezes, o povo não precisa de heróis, precisa de monstros. Do filme Gangues de Nova York: Sempre se pode contratar metade dos pobres para combater a outra metade. Bem próprias para o atual momento.

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Dois amigos conversam no banheiro do bar. Um deles lava o rosto na pia e depois olha para a esposa através da cortina. Comenta com o amigo, com uma ponta de mágoa: - Ela não está feliz! O amigo: Não está feliz? - Não! - e secou-se com papel-toalha. - Ela não é livre. O amigo: Mas ela te ama! - Sim, ama. Mas ela queria me amar e ser livre!

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Nada mais triste do que ser ou ter sido "a pior parte do que aconteceu na vida de alguém"!


Crônica publicada em 31 de março de 2016.


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